O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 15, 2002

Para a Rosa...

Deus me livre
arrancar de ti segredos.
Ninguém nunca os saberá,,,
Nem mesmo tu!
E nenhum ritual wudu
ou transe de baiana,
batuque de africana,
feitiço ou candomblé!
Nem cartas, Tarot
charros, malboro,rapé,
cobras e lagartos,
gato preto, mesas pé de galo,
alhos, remedinhos, estregão
dedo mindinho,
mandágora, borras de chá ou de café.
Nenhum papão
ou o deus pan,
nem mesmo Don Juan ou outro xamã;
nem a arte nem o vinho
nem a comida:
Cozido à portuguesa,
bacalhau com batatas,
bifinhos com natas,
alheira de mirandela,
peru recheado.
Nada!
Nem mesmo
um ritual de aborígenas
revelaria a s tuas origens.


Isabel Ruth

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