O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
quinta-feira, março 28, 2002
HIJAB
Aventurado o momento ó amada,
em que tu e eu sentadas, nas escadarias do teu palácio,
a tua face e a minha, uma só alma, juntas escutávamos
o cântico das aves nas árvores do teu jardim.
Esse momento de júbilo em que tu e eu,
unidas em êxtase e sem palavras,
por fim nos encontrámos à entrada do teu ninho.
Onde enlaçadas nos vimos, tu no Irão
e eu aqui sòzinha...
Tu e eu , irmanadas na mesma fé e sem véus.
Livres do jugo dos homens
que serão devorados pelo seu ciúme
de nos verem de novo unidas tu e eu
ó minha irmã, no amor da Deusa-Mãe!
E no globo inteiro saberão da nova
como a paz anunciada, entre as mulheres...
Tu e eu sós, ó amada, Ocidente e Oriente,
passado e futuro, unidas neste amor para sempre
libertas dos grilhões do pecado e da beleza...
(adaptação e plágio a Rumi)
Agni e Soma
Gosto de me vestir toda de branco
Curta, calças e turbante.
Trago com orgulho sobre a fronte
o quarto crescente do deus Lua
E sentado na escadaria de Varanasi,
Vejo a deusa Sol aparecer, resplandecente,
repleta de ouro, rubis e diamantes.
Vejo-te, inundando o Ganges, na cidade santa
onde tantas vezes mergulhei inebriado do teu amor,
percorrendo a via láctea do meu desejo!
Correndo para ti ó Mãe, bebendo o teu néctar,
ardendo na insanidade do meu delírio
que me parece ser tudo um sonho, ainda...
É uma lembrança que tenho, doutro tempo, milhares de anos...
desde o início dos tempos em que te consagrei minha Rainha.
E ainda hoje espero ver-te aparecer, num sari vermelho,
todo bordado a ouro e diamantes.
A porta do templo onde me encontro,
Toda vestida de branco,
Curta, calças e turbante.
Ó Surya, vem...
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