TRES POETAS ELEITOS DE MIM
CÂNTICO À POESIA
Neste cântico à Poesia
O homem nega, destrói,
E a seguir afirma e canta
Tudo o que destruiu,
Humana contradição;
Quanda a verdade aparece
É que ele viu que mentiu.
ANTONIO BOTO
***** ***
Todo o Anjo é terrível. E contudo - ai de mim! -
eu vos invoco no meu canto, aves quase mortais da alma,
por saber quem sois vós.
**** *
Os amantes poderiam, se o compreendessem, dizer coisas estranhas no ar da noite.
Pois parece que tudo se nos oculta.
Olha, as arvores são; as casas, que habitamos, existem ainda.
Só nós passamos por tudo como uma troca aéria.
E tudo está combinado para nos calar, em parte talvez como vergonha
em parte talvez como esperança indizível.
R.M.RILKE
**** ***
QUERO, terei -
Se não aqui,
Noutro lugar que ainda não sei.
Nada perdi.
Tudo serei.
*** *
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra de impressa
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
FERNANDO PESSOA
***** ****
SAFO
FOSSE ESSA A MINHA SORTE, Ó AFRODITE COROADA DE OIRO!
O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
Sem comentários:
Enviar um comentário