O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, janeiro 06, 2002



Oh tu, da cabeça de Serpente, olha!
Eu sou a chama que brilhará nos milhões de anos por vir”





LILITH

Era uma vez e não era,
Três vezes sonhei com ela:
Vi-a irromper da terra e na terra calcada pelos seus pés.
Vi-a transformar-se numa árvore e dela surgir uma serpente
e as duas eram uma só.
Da sua língua vi sair uma espada de fogo e falava:
Ouvi-a dizer de um tempo sem tempo e de como tudo começou...
Ergueu-se na vertical e voou para dentro do meu peito
como um raio sagrado, inundando-me do seu amor.

Voltou para me dizer coisas há muito esquecidas.
Agora eu sei, é ela quem fala pela minha boca.
Dizem os padres que tem manhas, que engana e é traiçoeira,
mas eu sei que ela é apenas o ECO da Natureza Profunda
e sempre viveu escondida dentro de mim:
acordou-me de um sono milenar para me dar voz!


"ANTES DO VERBO ERA O ÚTERO"





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