O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, janeiro 01, 2002

AO CÉU DA TUA BOCA

Ao céu da tua boca eu quero ir
e na minha língua sentir o nectar a jorrar.

Enquanto tu, figura alada,
com as tuas asas te debates
para deste mundo o espírito libertar,
eu convulsamente mergulho no teu ventre
indo ao mais fundo do meu ser,
ouvir o teu coração bater
para romper os véus da nossa existência,
vir de novo à terra
voltar ao céu da tua boca

e voar na minha alma ao teu lado deitada


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BÁLSAMO

Não te beijei a boca,
mas os lábios como quem toca a seda
o veludo ou talvez o céu!

Vi estrelas e safiras nos teus olhos centilando
e a minha alma inebriada voou num imenso rodopio.

Fiquei tonta e tu rias fugindo de mim...
e dizias que tonta era eu.
Mas estavas presa no véu que caia de cima do dossel
e de mim mesmo que quisesses não te podias apartar.

Tinha-te nos meus braços entrançada
entre as almofadas...
Eras doce e sagrada como um bálsamo
no meu coração ou na memória deste sonho de devoção.

"MULHER INCESTO - SONATA E PRELÚDIO"

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