O SORRISO DE PANDORA
“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja.
Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto.
Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado
Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “
In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam
sábado, janeiro 05, 2002
Leva-me contigo...
Leva-me contigo ao Egipto,
vamos na direcção norte-sul ver a tua mastaba,
quero ver o Serdab.
Tenho saudades da terra vermelha
e de contigo andar e olhar o sol a brilhar.
Anda comigo a Dendera, ver Hathor, ouvir cantar:
Adoro a mulher dourad
Louvo a sua Majestade
Celebro a Senhora do Céu
Canto os louvores de Hathor
E a sua glória soberana
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SACRIFÍCIO
Gosto dos egípsios,
queria voltar aos seus templos antigos.
Sobe na minha coluna o fogo da origem
e os meus braços abertos o seu doce fluxo recebem.
Está viva na minha alma a imagem de Ptah.
Abraço Shekmit e os seus seios descobertos
e deito-me no seu manto de rainha escarlate.
Ofereço-me em sacrifício a Bastit, para ver os seus
olhos amêndoa de gata sorrirem....
Ficar presa dos seus sortilégios,
ser iniciada nos mais altos mistérios,
poder olhar de frente Amon e Rá
Entregar o coração livre a Maat...
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Enigmática figura
Aparta de mim os teus olhos que me entontecem...
De que sono profundo meu amor me acordas,
quando no fundo dos olhos me olhas
e me dá esta vontade de chorar e o teu pescoço beijar?
Que deusa me lembras, que ritual me recordas,
que a minha alma estremece de mal se lembrar?
Que sede é esta que percorre o meu sangue
e o meu corpo se parece volatilizar?
Qu tem a tua presença, ó ingmática figura,
que me lembra a Esfíngie, imponente e fria
e, contudo, de te olhar, percorre-me um frémito,
Como se Hatshepsut em pessoa visse
e tivesse a seus pés de me ajoelhar.
Como o neófito, trémulo de respeito, à porta do templo
nem uma palavra conseguisse balbuciar.
in "Mulher Incesto"
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