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MULHERES E DEUSAS é um projecto espontâneo, que aconteceu com toda a naturalidade e muita graça da Deusa e das mulheres que de algum modo se “identificaram” com o projecto, nomeadamente nas Ártemis de quem recebi o maior incentivo e estímulo. Das quais destaco, a Ana Maria G., a Meg e a Sandra Pais.
O que eu estou tentando fazer com o meu Blog é essencialmente passar uma nova consciência de Ser Mulher, para além de todos os paradigmas e que implica a mulher virar-se para um passado histórico, anterior ao cristianismo e ao patriarcalismo e perceber-se A SI MESMA como um Todo: CORPO-ALMA E ESPÍRITO, indissociáveis e acabar com a divisão da mulher em duas, tal como o cristianismo o fez. Fazer com que a mulher deixe de competir e odiar a outra mulher por disputa dos homens e vaidades, e que as três idades da mulher sejam todas elas, porque o são, igualmente importantes! Recuperar a imagem SÁBIA DA VELHA, a DIGNIDADE DA MÃE, e o RESPEITO DA FILHA. Porque apesar das mulheres pensarem que têm alguma liberdade e têm-na, não fazem o uso devido dela ou seja, lutar por uma dignidade e independência do seu ser, mas usam-na normalmente, para competir com os homens ou ser iguais... A mulher só tem que ser igual a si mesma e para isso tem de fazer o percurso iniciático da Deusa que as levará aos Mistérios. A sua intuição e inteligência do coração, A CHAVE.
Culturalmente, pretendo, através de citações e referências de livros básicos e fundamentais, sugerir a leitura dos mesmos.
A poesia será a forma mais expressiva e constante presente porque a linguagem por excelência da Alma e dos Mitos.
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O PARAÍSO É O CONTINENTE PERDIDO
QUE É PRECISO RECUPERAR DENTRO DE NÓS EM RESSONÂNCIA COM O COSMOS.
PARA ISSO É ESSENCIAL A UNIÃO DO PRÓPRIO SER
EM PERFEITA HARMONIA: CORPO-ALMA-ESPÍRITO.
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A integração do feminino, o equilíbrio dos pólos opostos e complementares, as relações equalitárias entre
os seres humanos é a Pedra Basilar de um novo mundo.>
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“MULHER – UMA GEOGRAFIA ÍNTIMA”
De Natalie Angier
Prémio Pulitzer (Gradiva)
(...)
“AS mulheres necessitavam de protecção masculina porque muitas das alianças entre homens eram pactos militares, a conjunção de forças para capturar o que é dos outros. E uma das primeiras e preferidas formas de motim eram as mulheres jovens. Quando duas tribos guerreavam, o grupo vitorioso matava os prisioneiros homens e levava as mulheres para fazer delas escravas reprodutoras. A captura de mulheres jovens aumentava o potencial reprodutivo dos homens vencedores e também o seu satus. Sempre que há documentos escritos, estes descrevem a violação e o rapto de mulheres no rescaldo da guerra. Na Ilíada de Homero, que supostamente reflecte as condições sociais na Grécia por volta do ano de 1200a. C., os guerreiros discutem, por vezes de forma atrevida , a devida distribuição do espólio feminino. No princípio da narrativa o rei Agamémnon concorda, com relutância, em abrir mão da sua concubina favorita, Criseide, uma prisioneira de guerra pertencente a uma família importante, quando o Sacerdote seu pai ameaça levar a questão ao tribunal divino. Como compensação pela perda, Agamémnon exige outra mulher, mas os seus homens dizem-lhe que todas as prisioneiras já foram reclamadas. Sendo rei, Ag. Volta-se e exige a escrava/concubina de Aquiles, Briseide, para si. Este simples acto por pouco não conduz à derrota de Atenas, pois Aquiles passa uma grande parte da guerra de Tróia trancado na sua tenda, a remoer a indignidade e a procurar apoio sexual de uma das suas outras concubinas, “aquela que trouxera de Lesbos, filha de Forba, Diomede, a da tez clara”. Aquiles partilha a tenda com outro guerreiro, Pátrocolo, que na sua cama tem um presente de Aquiles; Ífis, a “da bela cintura”, que Aquiles capturara ao conquistar a cidade de Eneida.(...) Não se ouve falar muito dessas prisioneiras, é claro, tão pouco ficamos, a saber, como se sentiam, passadas de homem para homem como ingressos para um jogo de basebol. É provável que não tenham levantado problemas. Sentiam-se gratas por estarem vivas. Afina, o livro não faz referência a homens escravizados; os homens de Eneia, Lesbos, Tróia e outras cidades derrotadas eram abatidos. Posteriormente, é claro, os homens aprenderam a escravizar outros homens, como faziam com as mulheres, e a usar os músculos dos homens como se usam mulas e bois, mas, segundo alguns historiadores, e com as evidências claramente o sugerem, os primeiros escravos humanos eram as mulheres e a motivação por trás da escravatura era a posse de ventre núbeis.” (...) (Excerto pag. 290)
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OS INVASORES
Ó minha Mãe de Creta, perdi-te nos escombros
A que os bárbaros reduziram a civilização micénica...
Ah! eles vieram os Kurgans,
Incendiaram e saquearam as cidades,
Violaram e mataram as nossas mulheres.
Levaram com eles as virgens para vender e prostituir,
A seu belo prazer; malditos sejam para sempre os invasores,
Que destruíram o teu culto de paz e amor.
Dominaram os nossos homens que eram dóceis e pacíficos
Que sabiam as artes e os ofícios,
Respeitavam as suas mães e mulheres.
Ah! Senhora eu recuso esta “civilização”
Construída nas tuas ruínas
E com os restos de uma sabedoria que na essência deturparam.
Não, nada quero dos gregos nem dos romanos.
E odeio os seus heróis déspotas e violentos contra as mulheres.
Odeio os seus imperadores assassinos e facínoras
Que impuseram a espada e mais tarde a Cruz negra da morte
Com que reinam há milhares de anos.
OS HERÓIS GREGOS E ROMANOS
Porque foi Métis engolida por Zeus
E da sua cabeça Atena nasceu?
Deusa da guerra ao serviço do Império,
Para servir Apolo seu irmão gémeo?
Que matou a Píton e destruiu o Oráculo da Deusa!
Ah! Maldito seja Perseu que matou a Medusa
E se tornou herói em vez de cobarde.
Maldito seja Orestes que a mãe assassinou
E se tornou modelo de uma sociedade opressora,
Em que o crime impera!
Maldito seja Esquilo e a sua Oresteia que ainda é lei...
Ah! Malditos sejam os hebreus, aqueus e os dórios,
Todos os heróis, gregos e romanos, e os seus deuses e
Imperadores sanguinolentos que pela espada venceram!
Venham as Fúrias e as Parcas, as Hespérides, e as Gorgonas
Venham todas as deusas das entranhas da terra
E arranquem a armadura desta filha que as
Enganou a todas absolvendo Orestes.
Deixem-na sozinha morrer de vergonha
Para de novo nascer livre e servir a Grande Mãe!
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A CHAVE
Tu és o templo e a chave da minha imagem,
Tu és a esfinge de todos os enigmas,
O estigma que me marca a nascença prematura,
O erro cósmico, da Mãe eterna por encontrar.
Tu és o Oráculo e a Pitonisa morta por Apolo,
A grande Serpente traída, reduzida á mentira dos homens.
Tu és a Deusa da Verdade e da Justiça encarnada,
A Mãe primordial, renegada pelas religiões.
E do mundo esquecida.
Tu és aquela que nos foi negada, esmagada pela barbárie.
Em nome dos seus deuses de guerra.
Tu és Isis em mim reencontrada,
A amada de todos os cantos e de todas as dores também.
Tu és a nova Deusa na terra, a Mãe da vida e da morte
Num só culto consagrada, Amem!
Do Livro “Antes do Verbo Era o Útero”
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