O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, abril 11, 2008

"ESTE PAÍS EM QUE OS REIS ANDAM NUS"*


"SÓ A MÃE SABE QUE O FILHO LHE PERTENCE ”

"TENHO EM CIMA DE MIM O PESO DE UM PAÍS"

* In “Reflexões” de Y.K.Centeno

"Foi como Mãe que a mulher se tornou ameaçadora; é na maternidade que ela deve ser transfigurada, domesticada "
Simone de Beauvoir, O Segundo Sexo. (...)

"Apesar de não se conhecer quando a espécie humana descobriu o papel do homem na procriação, foi essa consciência que fez surgir no homem a necessidade de controlar a fecundidade da mulher e sobretudo a legitimidade do 'produto final' que seria o herdeiro da terra, agora também já tornada propriedade do homem. A ansiedade provocada pela incerteza da paternidade deu origem à inúmeras estratégias formuladas para minimizá-la.
Para Rosseau, "o homem deveria ser capaz de controlar a conduta de sua esposa, porque é importante para ele assegurar-se que suas crianças, as quais ele é obrigado a reconhecer e manter, pertençam a ninguém mais senão a ele". Cristina M. T. Stevens

2 comentários:

josaphat disse...

Alexandre Dumas nos conta, em um de seus livros, que a maior paixão de Rosseau, ou seu maior conflito de consciência, teria sido os filhos que abandonou. Terá sido esta a causa?

Anónimo disse...

Se calhar é isso mesmo. Muito interessante esse dado. Obrigada por me fazer esta referência.

Abraço
Rosa Leonor