"Na sua lógica actual, o sistema televisivo vampiriza a interioridade das pessoas. Ele esvazia cada um da sua substância, para o encher das suas exibições fictícias. Ele mata a cultura na forma como a celebra. Certo, vão-me objectar, por vezes há “boas” emissões, como há imensas pessoas que sabem usar de modo restritivo e selectivo a caixa das imagens. A essas objecções responderemos (...) que a televisão é tanto ou mais nociva quanto mais o não é por vezes, porque sem qualquer sombra de dúvida, ela caminha hoje globalmente num sentido de escravidão mental dos povos. *
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O primeiro efeito ideológico deste divertimento com um alibi informativo a que se chama televisão consiste em dissuadir de olhar outra coisa qualquer. Ela tenta-nos com o fantasma dum apanhado global do mundo pela imagem. Esta promessa de totalidade é também uma promessa de imediatismo. Uma grande vertigem se apodera do cidadão. Ele vai conseguir ver tudo o que se lhe oferece à visão instantâneamente!
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Pior ainda: é que a realidade do cidadão espectador encontra-se desde logo, desvalorizada pelos mil acontecimentos e uma “realidade” sociais ou mundias com os quais é bombardeado permanentemente. A televisão desqualifica tudo o que se não passa na televisão, quer dizer a maior parte da vida dos homens. E eis que aquele que julgava devorar o mundo pelos olhos não experimenta mais do cada niute, a sua total impotêncai perante um mundo do qual depende a sua vida.*
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François Brune, auteur de Les médias pensent comme moi ! (L’Harmattan, 1997).
NOTA À MARGEM:
São as televisões que promovem e elegem as personagens mais escabrosas da vida política e social, destacando os piores a que dão sucessivas entrevistas e protagonismo. São consequentemente essas as personagens que acabam por dominar a vida social e ganham votos...
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