O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 02, 2008

A MENTIRA DO MUNDO E A HIPOCRISIA DOS HOMENS



Será que em cada homem não há um Fritz camuflado? Um sádico ou um ditador, um monstro em potência? Seja em África na Áustria ou no Cacém, dentro da nossa casa?
Ou não será o mundo patriarcal propício a esses excessos controlados apenas à superfície de um aparente mundo civilizado? Que quando se abre a caixa dos horrores este mundo pretensamente evoluído não desaba a nossos pés?


Não foram as mulheres sempre as vítimas mais fáceis dos homens, violadas, perseguidas e queimadas desde a idade média por padres e bispos, reis e senhores? Não foram elas antes as escravas e cativas das famílias, não o são das máfias que as raptam e as exploram sexualmente ainda em todo o mundo pobre? Ou no Islão, onde as mulheres são mortas à pedrada por irmãos e pais em nome de deus ou da honra, ou mortas e enterradas as meninas nascidas na China ou na índia, só por serem meninas?

E esta Europa rica, culta, com pergaminhos, que conta a sua História que contam as notícias? E na América tão moderna? Na Rússia e na Austrália ou Inglaterra?
Sim, ainda hoje, tudo isto acontece em todo o mundo…e nós fechamos os olhos...

Porquê pois este espanto de horror se ele existe e subiste por todo o lado sem que os Governos e as polícias nada façam de concreto, CONSENTINDO TÁCITAMENTE NESSES CRIMES e só se movendo para defender a sua imagem autoritária, a sua Ordem, ou se os seus jogos de poder e interesses económicos ou até mesmo o Futebol estejam em causa…


“No mundo do poder masculino a mulher é escrava do homem e o homem da sociedade. A existência da mulher é insulto, insignificância. Mas antes a insignificância do que a existência penosa imposta ao homem pelos arquitectos do pensamento universal.

Em todas as famílias do mundo, marido e mulher se digladiam nas quatros paredes. O que eles não entenderam ainda é que tanto o homem como a mulher são vítimas de um sistema milenar arquitectado por cérebros astutos, tiranos, desumanos, vivendo em esferas inalcançáveis.”*

* PAULINE CHIZIANE, O SÉTIMO JURAMENTO (escritora moçambicana)

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