"Passar da oposição (sempre uma discórdia) para o paradoxo (sempre sagrado) é dar um salto de consciência. Esse salto transporta-nos através do caos da meia idade e dá-nos uma visão que ilumina os dias que nos restam."
In "OWNING YOUR OWN SHADOW" Robert A. Johnson
(1) Sofrer em latim: sub plus ferre= suportar ou permitir
Realmente há muitas pesssoas que se não permitem sofrer...ou consciencializar da sua sombra; não aceitam ver o seu outro lado e refugiam-se nas crenças que as instingam a ser sempre boas e positivas...pensar sempre o bem e fugir do mal...sem nunca perceber que essa dualidade do ser é inerente à condição humana e que só será superada num plano superior de entendimento que passa por uma qualquer iniciação (meditação) em que depois de integrar a sua sombra simbolizada na descida aos infernos, aceitação da face negra em nós e passar pela porta proibida pelo dogma, vencido o medo da escuridão, pode então Ver a Luz e compreender que ele é mais do que a expressão da sua dualidade bem e mal e que a noção de bem e mal diferem de cultura para cultura, de tradição para tradição, de religião para religião e com os séculos...
Por isso, passar da discórdia para o paradoxo, do plano racional para o sagrado é tão difícil porque as pessoas comuns não suportam essa coexistência por uma ideia falseada e mental de ser coerente associada à "bondade" católica. Superar esse plano é fundamental, como é fundamental que tenhamos sempre presente os dois lados do ser, compreender o feminino na sua totalidade e unir os dois polos da nossa humanidade, para enfim perceber que só na visão interior, superior porque acima do mental redutor, percebemos que o que está em cima é igual ao que está em baixo. rlp
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"A aprendizagem da realidade sem rosto é dolorosa, assusta (porque destrói o ego) mas é uma aprendizagem que se faz"(...)
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"O amor, explica Aristófanes, é a força que recompõe a primitiva natureza andrógina, reunindo dois seres num só e curando a ferida de que sofrem. A antiga natureza humana era um todo que reflectia o modelo cósmico do par céu-terra (o céu e a terra dos quais a lua e o andrógino tiraram as suas qualidades), pois nos mitos de criação a bissexualidade divina é o fenómeno mais espalhado. Como obbserva Eliade, "a androginia divina não é senão uma fórmula arcaica da biunidade divina"
in LITERATURA E ALQUIMIA Y.K.Centeno
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