O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, maio 24, 2008

UM DIA DEPOIS..


Quem clamando pelos anjos não ouviu o insuportável trilo do paraíso evolado das veredas onde o olhar se esvai e os demorados caules, florações, ou os mais móveis corpos em compactez celeste?
147*

Porque o voo dessa asa larga, condor não mais precário do que a fénix ou o imorredoiro signo se recolhe a esse enlance. Onde os peitos se respiram, uníssonos alvéolos, e os rostos vedados do olhar se cingem pétala a pétala na iluminura que alastra.
148*


*Da Rosa Fixa
Maria Velho da Costa

No dia 23 de Maio comemorou-se o centenário do nascimento da franco-suíça Annemarie Schwarzenbach. Jornalista, fotógrafa, escritora e viajante incansável que, no decorrer da sua curta vida, morreu aos 34 anos, deixou um dos mais impressionantes testemunhos, gráfico e literário, da Europa, América do Norte, Médio Oriente e África da primeira metade do século XX.

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