O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 14, 2008

desde os primórdios...


A Grande Deusa é a

(...) "mas a antiga detentora da soberania sobre o universo, a causa primeira de toda a existência, e isto muito antes da manifestação do Verbo que, segundo o Evangelho gnóstico de João, era no princípio (e não no começo) do mundo das relatividades concretas.

A arte da Idade Média é o reflexo de um pensamento e esse pensamento,
apesar do peso do dogmatismo romano, está longe de ser unívoco. Mesmo que ela
não cesse de ser consoladora, e mesmo lenitiva, a virgem medieval transmite mais
do que uma mensagem, que remonta à aurora dos tempos e que se manifesta por
vezes através de especulações ditas heréticas ou mesmo por meio das aberrações
fantasmáticas, a saber: o conceito de uma criação permanente que não pode ser
senão de natureza feminina.

Se Maria foi realmente a geradora do divino enquanto “mãe portadora”, ela apenas podia ser a encarnação de um conceito preexistente que se tornou incompreensível, incomunicável e indizível, que aparece através dos diferentes mitos referentes à criação do mundo."

In "A GRANDE DEUSA " de Jean Markale

1 comentário:

Anónimo disse...

A Deusa é o símbolo de um mundo feminino, um mundo organizado à maneira feminina essencial, ancestral... das sociedades matrilineares...
Mas as mulheres atuais fogem de si mesmas... é mais que fugir...
Mas há tbm uma força poderosa que não quer perder o seu poder, que as mantém apáticas e distraídas... desviando sempre seu caminho com impecilhos e imprevistos muito cômodos...
Nana