A dor das mulheres é subvalorizada em relação à dos homens, sendo considerada menos genuína e grave pelos profissionais de saúde, principalmente pelos profissionais do sexo masculino, segundo um estudo do ISCTE divulgado ontem pela agência Lusa.
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"O projecto partiu de constatações de outros estudos que mostravam que as mulheres relatavam sentir mais dores que os homens e que a sua dor era mais vezes sub-diagnosticada que a dos homens", explicou à Lusa Sónia Bernardes, investigadora no Centro de Investigação e Intervenção Social no ISCTE e autora do estudo "Os enviesamentos de sexo nos julgamentos sobre dor lombálgica".
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Ainda segundo a Lusa, a investigadora chegou à conclusão de que "a dor da paciente do sexo feminino é julgada como menos genuína e a sua situação clínica como menos grave e urgente que a do homem" em contextos de dor aguda e de curta duração ou na ausência de manifestações explícitas de ansiedade. "Espera-se que as mulheres sejam mais expressivas e quando não apresentam sintomas de ansiedade e agem de forma controlada sem recorrer muito aos profissionais de saúde acabam por ser subvalorizadas", explicou Sónia Bernardes.
A investigação permitiu ainda concluir que a desvalorização da dor das mulheres é mais acentuada quando o profissional de saúde é homem. Perante estas conclusões, Sónia Bernardes sublinha que "as evidências mostram que embora as mulheres reportem sentir mais dores que os homens ao longo das suas vidas, as suas dores são frequentemente desvalorizadas, sub-diagnosticadas ou sub-tratadas comparativamente com as do sexo masculino".
Este estudo é um dos últimos da tese de doutoramento que esta investigadora iniciou há cerca de quatro anos e que deverá ser entregue ainda este verão. O estudo data de finais de 2007 e está enquadrado num projecto de investigação mais amplo financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.- M.E. in dn
2 comentários:
No livro "Corpo de Mulher, Sabedoria de Mulher", a dra Christina faz essa mesma constatação a respeito das dores femininas e do seu "descaso" perante os profissionais de saúde...
Nana
É verdade, lembro-me disso...as notícias chegam sempre mais tarde..
rl
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