O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, agosto 19, 2008

SOFRE, SOFRE, SOFRE...


Nunca gostei dos Jogos Olímpicos...
Não gosto de nada que me cheire a olímpico e sempre desconfiei dos deuses do Olimpo...das sua competições e da sua barbárie. Nunca apreciei os jogos organizados como uma montra de competição e hipocrisia mundial...de um lado os cinismos e as guerras e do outros manifestações de pseudo paz...talvez por isso, Não consigo dar valor a essas medalhas nem a esse esforço inglório e estúpido que os Países se vangloriam dos seus atletas como de heróis...
Mas o curioso nesta atleta e nesta medalha não tem nada a ver com o desporto, mas com o despotismo, com a manipulação estúpida de valores e pessoas semi ignorantes para proveito do EGO DO PATER FAMILIA...
Um pai controlador...e amigo...um pai que ensina desde criancinha e que a torna tudo o que ela é, diz ela muito grata...que lhe deve tudo, as pernas e os braços...um pai que corre atrás da filha por montes e vales para a fazer correr e ganhar medalhas para todos chorarmos uma glória de nada!
"Corre, corre, corre, corre!! - grita-lhe o pai esperançoso de uma vitória e vai mais longe e sempre a correr por montes e vales atrás da filha de novo lhe grita: "sofre, sofre, sofre, sofre!!! "
Ah! Sim , este é um destino bem português, o nosso fado...
Sofre minha filha, sofre por nós que não somos ninguém neste País se tu não ganhares umas corridinhas, corre minha semente, dá ao teu pai e ao teu País a alegria de vencer...
E o sr. Presidente e o 1º ministro falam sorridentes e dão os parabéns a esta filha exemplar...
Sim, uma família portuguesa, com certeza, simples e pacata cujo abjectivo na vida foi por a filha a correr para eles e salvá-los da frustração e da pobreza...a ganhar para eles e para nós portugueses...
O QUÊ??
De onde vem esta onda de orgulho?
Da nossa miséria tão patente nas palavras de todos, das televisões, do provincianismo saloio, da nossa pequenez, do nosso atrazo intelectual?
Uma medalha de prata que vale ouro e um orgulho saloio é tudo o que nos resta...
Enfim resta-nos ainda a dignidade de o Estado não ter mandado a Catarina Furtado receber a medalha em vez da Vanessa...como fez o Governo chinês...com a menina do play-back...porque a voz verdadeira pertencia a uma menina muito feia e gordinha que não podia dar a cara e deixar mal o Estado Comunista...
Coisas deste mundo e que se passam nesta realidade...

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