O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 01, 2008

UM GATO/A POETA?

Roubei este gato (ou gata? não o sabemos nunca pela aparência) poeta à Luiza Frazão rebolando-se com a caneta e com ar malandro...é o que se chama "morder a escrita"...chamo eu....
É verdade que cada dia sinto maior e mais ternura pelos animais, especialmente pelos gatos claro!
E quase concordaria com aquela famosa frase de que quanto mais conheço os humanos mais gosto dos animais, se não desse ainda o benefício da dúvida à nossa humanidade em vias de evolução...ou de extinção? Às vezes confesso que não sei para onde vamos...

As pessoas acham-me céptica e por vezes até conservadora...Talvez seja as duas coisas em relação ao facilitismo como abordamos, aderimos e tratamos coisas tão sérias, sejam elas quais forem e muitas tão para lá da nossa compreensão, à partida, sem qualquer discernimento. Por vezes as pessoas confundem a reflexão com negação ou conservadorismo...pensar por si mesmas é pouco comum nas mulheres...e dizer isto parece até uma ofensa...como se não fosse a partir das verdades simples e concretas que crescemos em consciência. Às vezes sabemos muito de ler ou decor (era para ser saber de coração, mas ficou o sentido exactamente no seu oposto) ...mas não temos discernimento próprio nem convicção; simplesmente aceitamos os que sabem... os escritores os sábios e os mestres...os astrólogos, os guias...ou mesmo os anjos...

A minha questão é caminhar com os pés assentes na Terra e o olhar firme no centro, que é como quem diz bem dentro de mim e não seguir tão facilmente modismos, ondas, treapes e mestres inspirados ou líderes que prometem reinos de outros mundos e continuar a oscilar permanentemente entre os pratos da balança julgando-me a mim de um lado e aos outros do outro. Claro eu sou sempre a boa e os outros os maus da fita...
A questão essencial para mim é fazer a síntese, recuar sempre e olhar ao centro, o fiel da balança e não pender para nenhum lado... Constatar os factos é pensar sem julgar, olhar sem condenar...mas compreender os dois lados da balança como as faces da mesma moeda! É sentir que a noite é tão boa como o dia, que o calor é tão agradável como o pode ser o frio e vice-versa...
...etc.

A questão é ser Fiel a mim própria antes do mais e confiar na minha intuição e seguir o que o meu coração diz quanto ao próximo passo que tenho que dar...

Nisso aprendo muito com os gatos....aprendi com o meu gato e agora com a minha gata, o preto e a branca...o macho e a fêmea, e todos os animais em geral que são sempre genuinos, mesmo que mordam ou aparentem serem agressivos...eles apenas defendem o seu território e não o do outro...

OUTRA COISA:
Há pessoas que tem medo da raiva e da fúria...da frontalidade...eu seria uma delas e a lição mais difícil foi assumir a minha raiva e aceitá-la como legítima e natural, aceitar a minha fúria como coisa saudável, aceitar a minha indignação sem passividade e dizer o que sinto sem medo dos outros nem do que de mim pensam. Assim, sem esperar nada de nada, nem de ninguém. Ser só fiel a mim mesma e a quem como eu sente o mesmo...é verdade que não estamos na vida para agradar a ninguém e menos ainda para agradar a gregos e a troianos, apesar de ser mais fácil "agradar", o melhor é sempre sermos como nós somos porque dessa originalidade é que nasce a criatividade e a interacção. Em suma temos a todo o custo sermos verdadeiras. ISSO NÃO NOS IMPEDE DE SERMOS AMÁVEIS E GENEROSAS, OU DOCES COMO A MINHA GATA...
Pelo menos é assim que penso E SINTO.
rlp
Ah! Ontem o Mar estava mesmo furioso e batia com força na areia levando tudo à frente...

4 comentários:

Theresinha Silva disse...

Querida Rosa ja faz quase um ano que sou leitora do seu site,nunca deixei mensagens nem me manifestei, mas hoje de repente me deu vontade de deixar minha presença.
Vim de longe e moro agora em Portugal, encontrei em ti algo em comum, um lado que a mais de um ano esta completamente oculto e guardado, devido a mudança de vida que resolvi me submeter , decidi não mais usar este nosso lado "elemental", tinha medo de não ser muito bem aceito aqui nesta terra, mas hoje vejo que ninguem liga mais muito para este tipo de preconceitos. Agora espero que aceite minha amizade e meu carinho, afinal andamos na mesma luz....
Bjs da Thé

MOLOI LORASAI disse...

meu proximo livro vai entra na editora no próximo dia 7 ou 8. Deste a Rosa Leonor vai gostar, é mais do coração.

Anónimo disse...

Teresinha, tenho o maior prazer em a ter como companhia neste espaço.Espero que realmente não deixe que os seus preconceitos (ou dos outros) sejam eles quais forem a impeçam de ser quem é e como é. Pode contar com a maior liberdade de expressão e aceitação da sua pessoa. Conte com a minha amizade e disponha de mim para o que for preciso!

Um abraço amigo

rosa leonor

Anónimo disse...

Moloi, seja bem aparecido!!

Eu não achei o seu livro machista como você me perguntou. Compreendo a sua poética e a sua forma de ser e respeito. Mas se diz que vou gostar mais do próximo livro ainda melhor. Tenho pena de o não ter encontrado e dar-lhe o meu livro ppessoalmente. Esperava que dissesse alguma coisa quando esteve em Portugal!

Um abraço fraterno

rosa leonor