O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, março 04, 2007

A EMERGÊNCIA DOS VALORES DO FEMININO

“No dia seguinte, comecei a sentir que tinha redescoberto uma parte importante de mim. Que talvez a minha via estivesse a emergir do matagal, do espesso enredo de dúvidas e do desejo de adoptar os valores culturais masculinos que enfatizam a vida da mente. A escola enfatiza o conhecimentoos, factos, o conteúdo, o pensamento, a análise. Descobri que era boa nisso. Era uma forma de me notabilizar, de ganhar elogios e atenção. Sinceramente, que mais havia para além daquilo? Por isso, percorri esse caminho essa estrada tão claramente assinalada e de pavimento tão macio.
(…)

MAS ONDE

“Toda a abordagem (da doença ou da vida) é demasiado masculina, demasiado controladora, demasiado agressiva, demasiado invasiva.”

“O que se agita em mim é a emergência de um novo padrão de referências pelo qual posso escolher aquilo que faço.”*


O DEPOIMENTO DE UMA MULHER INTELIGENTE E LÚCIDA obrigada a rever o seu percurso avassalada por uma doença terminal, diante da iminência da morte. Reflexões pungentes e claras de um caminho que toda a mulher faz por engano deliberado da sociedade patriarcal e que a torna inconsciente de si e dos seus valores intrínsecos…
A mulher como via de realização social ou espiritual, só tem como referência o padrão masculino que é a negação dos seus valores intrínsecos e assim, no fim de uma vida de negação de si mesma e do seu potencial ela adoece e morre…

* Treya

In GRAÇA E CORAGEM de KEN WILLBER

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