Dói-me no coração tantas vezes esta operação delicada da vida que me anestesia para cortar pedaços que não são de mim...e depois da anestesia passar, ficar a dor à solta...até sarar...e ver no chão os bocados a mais que só nos envenenavam a alma... Tanto falamos do que dói a traição e o quão subtil ela pode ser e a que níveis nem sabemos que a cometemos ...a nós próprias, principalmente... E aos outros é completamente mistério...Nunca sabemos. Quem trai quem...ou quem se sente mais traído... Ás vezes confundimos coisas que não nos pertencem como nossas...é preciso ir a bisturi...limpar o coração de caroços que se instalam, sentimentos negativos que nos consomem...
A traição, o ciúme, a mentira ou a inveja ou uma expectativa qualquer...tudo tem a ver com a nossa incompletude, o medo de perdermos qualquer coisa... que não somos. Daí tanto medo de sermos traídas... Porque se fôssemos inteiras e unas, não sofreriamos nada disso e suportarimos tudo com compaixão, sem sofrimentos inúteis. Mas o dependermos de alguém que amamos (ou odiamos) ou de um sonho ou de um ideal que temos, sofremos sempre a perda...quando a vida mais tarde ou mais cedo acaba por nos libertar (a mal ou a bem) de apêndices ou "miomas"...que nos impedem de viver sãs e em paz connosco mesmas! É difícil ver isto, manter essa lucidez e aceitar quando nos arrancam aquilo que queremos agarrar e que afinal só nos prejudicava....
Miomas, caroços ou tumores...todas os temos antes mesmo de os sentirmos no corpo...há muito que nos corróem a alma e não vemos... Libertemo-nos pois de apegos e apêndices, de lutas insanas, de amores que nos atormentam... Sejamos apenas nós mesmas, não divididas, mas inteiras! Sejamos unas e antes de tudo, aceitemo-nos como somos e não como parecemos! Ou como os outros querem que sejamos! R.L.P.
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